23 de out. de 2020

O respeito e dignidade entre pais e filhos: um vínculo de amor

 O respeito e dignidade entre pais e filhos: um vínculo de amor


Quando um filho nasce, o amamos porque é nosso filho. Mas realmente amamos um pequeno grande mistério. Não sabemos como é, que características tem, qual será sua vocação. Não sabemos, em definitivo, qual é o querer de Deus para ele. A verdade é que não sabemos nada. Desta realidade surge como uma expressão de nosso amor o respeito.


Que é o respeito dos pais? É uma atitude de consideração expectante e benevolente pelo que o filho é, pelo que pode ser, pelo que deve ser, conforme o querer de Deus. E na medida em que o mistério dessa vida vai-se revelando e os pais o vão descobrindo, o apararão e começarão a orientá-lo com amor respeitoso. Isto lhes exige uma atitude de meditação e de diálogo sobre a realidade do filho, para ir descobrindo a vontade de Deus que há nele.


Que hão de respeitar então no filho? O primeiro é o respeito a sua dignidade de filho de Deus e a sua dignidade de pessoa. Porque cada filho é criatura nascida pelo amor de Deus e habitada por Ele. E nosso respeito mais profundo se dirige a Deus e sua presença no filho. E Deus o quer tal como é: com essa realidade física, com essas qualidades humanas, essas inquietudes e desejos e também essas imperfeições. E nós havemos de aceitá-lo e respeitá-lo tal como é.

E isso inclui também, em segundo lugar, respeito ao processo de seu crescimento e desenvolvimento. É um respeito ativo que implica estimular, apoiar, motivar e compreender esse desenvolvimento. É um respeito que sabe que todo o processo é uma busca e uma realização desse ser pessoal, único, original e livre que há de chegar a ser nosso filho, segundo o querer de Deus. 


O Padre Kentenich, fundador do Movimento de Schoenstatt, exorta o respeito: “Temos que cuidar-nos ante o inimigo mortal do autêntico respeito: o molde. Por favor, não introduzam moldes na educação!”


Mas também aos filhos lhes corresponde ter a mesma atitude de respeito frente a seus pais, segundo o mandamento divino de “honrar pai e mãe”.


E o melhor caminho para conseguir este respeito deles, nos indica São Mateus em seu evangelho (7,12): “Tudo o que queiras que os demais façam contigo faça-lo tu com eles”. 

Creio que é difícil inventar um principio mais sábio e rotundo que este. Aplicado a nosso caso: Queres ser respeitado? Respeita! Ou como afirma o Padre Kentenich: “respeito al ser regalado pelo educador, recebe como um eco, o respeito do educando”.


Quando existe respeito, essa consideração recíproca -apesar e através de todas as falhas- então a convivência familiar é tolerável, é agradável, é maravilhosa. Este respeito tem que ser acompanhado de amor, porque não há autêntico amor sem respeito. E segundo o Padre Kentenich, o respeito é hoje em dia mais necessário ainda que o amor. Porque a carência de respeito ante tudo o vital, é uma enfermidade de nossa época.


Os pais humanos. Se quisermos previver o Reino de Deus aqui na terra, os pais humanos devem ser verdadeiras autoridades paternais, reflexos de Deus. O que se busca, são pais cheios de amor, pais generosos, compreensivos, misericordiosos, tal como o Pai celestial o é para conosco. E a pergunta é se nós estamos à altura dessa paternidade. O que nós se um filho nosso vai por um mal caminho? Que faço p.ex. se um filho me rouba dinheiro ou falsifica um cheque do meu talão? Rompo sua cabeça? O que faço se uma filha, solteira, está grávida? Mando-a embora de casa? Qual é minha reação a situações deste tipo? É uma reação de justiça, violência, amor? Sou capaz de atuar como o pai do filho pródigo, é dizer, com essa generosidade incrível, essa compreensão incompreensível, esse amor misericordioso? 


São necessários mais pais desse tipo, dessa grandeza. Que desenvolvam uma nova paternidade, paternidade humana e divina a vez.


Perguntas para a reflexão


  1. Como é a relação com meus filhos?
  2. Respeito meus filhos ou só exijo respeito?
  3. Consulto com meu cônjuge as decisões?




Pe. Nicolas S.

Pe. Marcelo A.

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