Escravidões exteriores que bloqueiam os vínculos e o que não é apostólico
Um campo que influi fortemente sobre nossa liberdade interior são as pressões que nos chegam de parte de outros. São por exemplo: pressões de pessoas próximas “que querem apenas o melhor para nós”. E com esse motivo nos invadem.
Muitas vezes o permitimos, porque nos sentimos inseguros, não sabemos que fazer. Ou nós mesmos miramos de soslaio aos outros, para ver como eles fazem, como faz a maioria. Ou queremos aparecer bem diante dos demais, para que não nos critiquem.
Mas eu sou eu mesmo. Tenho que viver minha própria vida, com meu estilo e ritmo particulares, meus limites e minhas originalidades. Minhas prioridades determinam minhas decisões. Os outros não podem decidir sobre mim, com seus pedidos, sugestões e pressões.
É verdade, tenho que manter-me sensível frente às necessidades dos demais. Mas não podem atropelar minha liberdade interior, obrigar-me a fazer algo que não quero fazer. Nisso temos que unir ternura e firmeza.
Outro perigo são os meios de comunicação que nos querem pressionar e manipular. Resulta que esses meios, muitas vezes, pensam por nós, decidem por nós, planificam o futuro por nós. E permitimos que nos imponham tudo. E assim nos convertemos, aos poucos, em escravos da opinião pública ou como diria o Padre Fundador, em homens massificados. Assim vamos perdendo a capacidade de tomar interiormente posição frente ao que escutamos ao que vemos ou lemos.
Fruto dessa mentalidade é o que o Padre Fundador chama de homem-cine ou homem-televisão. É o homem descontínuo que vive de sensação em sensação, de impressão em impressão, a toda velocidade, sem parar, sem bússola e sem sentido.
Um símbolo típico disso é o “zapping”. Desse homem diz o Padre Kentenich, que perdeu sua alma, que é a descontinuidade personificada, a perfeita despersonalização. Aqui têm, com poucas palavras, a enfermidade e a cruz do homem moderno: É um homem que vive e depende de sensações superficiais.
Aí está também a moda, eixo ao redor do qual gira a sociedade pós moderna. As “revistas do coração” fazem de transmissor: por exemplo, a mulher light imita a forma de vestir dos personagens que aparecem nelas, suas expressões, seu tipo de vida vazio. E tudo isso termina na frivolidade e superficialidade.
Devemos ser mais críticos frente à sociedade moderna, e frente aos valores-antivalores que propaga. E também devemos procurar fazer uma síntese serena de todas as notícias e opiniões que nos bombardeiam.
Outro tema importante para nós é o das ocupações, compromissos e tarefas apostólicas. Muitos de nós somos gente muito ocupada, e gente ocupada é gente importante. Entretanto, pode ser que sejamos simplesmente adictos ao trabalho. Ao melhor temos muito de Marta e pouco de Maria. E apesar disso talvez não possamos cumprir com tudo. Então, o que podemos fazer?
Primeiro teríamos que ter clareza sobre nossas prioridades pessoais. Ajuda muito, sobretudo em tempos de sobrecarga.
E ao outro: será que não sabemos dizer não, quando nos pedem algo?
Também no apostolado: “o não apostólico” é tão importante como “o sim apostólico”. Assim posso dedicar-me àquele apostolado para o qual tenho aptidão e carisma. Quando me propõem alguma tarefa, convém não aceitá-la logo senão pedir tempo para pensar ou conversar com o cônjuge.
Perguntas para a reflexão
- Sou crítico diante das "fake news"?
- Repito o que dizem os meios de comunicação, como verdades absolutas?
- É-me difícil dizer não aos pedidos. Ou digo que sim e depois não cumpro?
Nenhum comentário:
Postar um comentário