9 de abr. de 2019

Serie sobre Nossa Mãe Rainha 12 - Isabel nos apresenta Maria

Isabel nos apresenta Maria: Feliz tu...

Maria é apresentada por sua prima Isabel com sua saudação de louvor: “Feliz tu que creste”. Convida-nos a reconhecê-la como a Mãe e Educadora da fé e modelo de nossa própria fé.

Se olharmos com atenção o mundo de hoje notamos que está passando por uma forte crise de fé. Existe o processo lento de descristianização de uma paralisação e ainda de uma extinção da fé no homem moderno, e até nos movimentos religiosos.






Talvez também a nós nos ocorra um dia que devamos constatar: no fundo já não creio mais no que creia antes; se perdeu meu entusiasmo, o fervor religioso de minha juventude. E talvez não nos sintamos demasiado tristes. Simplesmente o constatamos.
Nossa vida de fé tem seus altos e baixos. Temos épocas em que tudo anda mal, em que nos custa rezar, confessar, buscar a Deus. Mas, que aconteceria se esses momentos se repetem e chegam a ser permanentes?
Nessa crise de fé, a Igreja hoje nos mostra a atitude da Santíssima Virgem, nos mostra sua fé exemplar. E como nos mostra o evangelho a fé de Maria?

a) Fé pessoal: Para Ela, crer não é saber de memória o “Credo”, aceitá-lo, defendê-lo e confessá-lo todos os domingos na Eucaristia. Para Maria, crer é comprometer-se com todo seu ser e com toda sua existência com o Deus pessoal. Não é tanto aceitar verdades e artículos de fé, se não, unir-se de pessoa a pessoa com Deus. Maria está sempre aberta para Deus e para seu desejo, porque tem uma confiança imensa Nele, porque se fia Nele.

b) Fé ativa (livre e obediente): O relato da Anunciação destaca o diálogo entre Maria e o anjo. Assim se destaca que Maria não dá sua resposta em forma passiva, mas com una fé livre e obediente. É um consentimento ativo e responsável.
Maria nos ensina que a fé verdadeira está longe de ser totalmente passiva. Maria obedece entregando-se inteiramente ao plano de Deus. Mas esta entrega incondicional não lhe impede interrogar para assumir sua obediência com liberdade, convertendo-se em colaboradora desse mesmo plano. A fé de Maria é ativa, porque suporta e aceita que sejam destruídos sempre de novo seus próprios projetos. Não questiona a Deus, mas a si mesma.



c) Fé forte e fiel: A fé de Maria não é uma fé acabada desde o inicio. Também Ela, com sua fé está em caminho. Muitas vezes não entende o porquê dos acontecimentos, teve que passar pela escuridão - como todos nós. Mas Ela, como diz o evangelho: “Guardava e meditava estas coisas em seu coração”
Coloca tudo que lhe acontece em relação com Deus, com sua palavra e sua vontade. Busca o sentido das coisas, o desejo divino detrás de tudo.
Maria manteve a fé através de muitas provas e muitas trevas, até ao pé da cruz. Disse sobre Ela o Papa João Paulo II: “Conheceu as mesmas contradições de nossa vida terrena.
Foi-lhe prometido que a seu Filho seria dado o trono de David, mas quando nasceu não houve lugar para Ele nem na estalagem. E Maria seguiu crendo.
O anjo lhe disse que seu Filho seria chamado Filho de Deus. Mas o viu caluniado, traído, condenado e abandonado a morrer como um ladrão na cruz. Apesar disso, Maria creu que se cumpririam as palavras de Deus.





É realmente admirável a força e a fidelidade de sua fé. Nunca houve alguém que a igualara. Por isso, o Espírito Santo a louva em sua prima Isabel, proclamando-a feliz pela firmeza incomparável de sua fé.
Maria é feliz, bendita, cheia de graça, a maior porque creu em Deus e se entregou a Ele incondicionalmente. 
A Santíssima Virgem, esta mulher de uma fé extraordinária, nos é dada a nós como modelo em nossa peregrinação de fé. De Maria aprendemos a confiar e entregar-nos a um Deus pessoal. De Maria aprendemos a aceitar a vontade de Deus com liberdade e colaborar com Ele com uma fé ativa. De Maria aprendemos também a crer quando não entendemos o plano de Deus e permanecer fiéis nas provas da vida.
Peçamos, por isso, à Santíssima Virgem, que nos forme e eduque na fé, segundo seu grande exemplo. Então também a todos nós se nos dirá, um dia: Felizes vós porque crestes!

Perguntas para a reflexão

1. Como definiria minha fé: morna, profunda…?
2. Sou um cristão por tradição?

3. Mantenho a fé nas provas difíceis?

Reflexão Pe. Nicolas S.

Serie sobre Nossa Mãe Rainha 11 - A Immaculada, modelo do homem novo

A Imaculada, modelo do homem novo

Celebramos no próximo dia 08 de dezembro com toda a Igreja uma grande festa da Santíssima Virgem: sua Imaculada Concepção. Conhecemos o mistério profundo deste dia: Ela, como único ser humano, é concebida sem pecado original no seio de sua mãe Ana. Entendemos que resulta um privilégio extraordinário que lhe é concedido para ser a Mãe de Deus.
Hoje em dia, mais que nunca, nosso caminho como cristãos custa muito. Infidelidade, dúvida, desorientação e insegurança, mesmo no meio da própria Igreja, dificultam nossa vida cristã. Precisamos mais claridade e segurança, buscamos uma luz para poder nos orientar na escuridão de nosso tempo. Esta luz para nós é Maria. Ela é o modelo vital e o ensinamento intuitivo para a vida do cristão, para a vida de todos nós. 




Maria, nosso modelo vital. Ela se destaca como o oposto de Eva, como nova Eva. Sabemos que Eva é companheira e ajudante de Adão no pecado original, na ruína do gênero humano. Também Maria não é mero instrumento passivo, se não companheira e ajudante de Cristo para a salvação do mundo. A desobediência e a incredulidade de Eva são compensadas pela obediência e a fé de Maria. Eva nos trouxe a morte, Maria nos trouxe a vida.

Assim a Virgem imaculada, a nova Eva se nos revela como ser do paraíso. Neste mundo do mal, Deus conserva o ideal original de pureza e santidade o paraíso na pessoa de Maria. Concebida sem pecado, assim entra a Santíssima Virgem na vida e irradia uma beleza própria do paraíso.

A criatura, na qual a redenção de Cristo se condensa em toda sua plenitude, é a Santíssima Virgem. Nela Deus pode documentar a perfeição de sua obra. Maria é a pessoa humana que mais plenamente realiza o ideal do homem novo cristão
Por isso, o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça”. Na verdade, toda sua pessoa está saturada de graças.

Ela nos sinaliza, com seu ser e seu atuar, que toda perfeição e redenção vêm de Deus, daquele que fez maravilhas nela.

Quando miramos assim a imagem da Imaculada, despertam-se em nós muitos sentimentos, desejos e esperanças. Resultam desejos do paraíso perdido, é dizer, da harmonia perfeita entre corpo e alma, entre instinto e espírito.

Todos nós cristãos fomos convertidos em homens novos, no dia de nosso batismo. Naquele momento, Deus nos infundiu na alma a vida divina de Cristo. Mas muitos batizados voltam a ser homens velhos, porque - pelo pecado – se fecham a esta vida.

O que para a Imaculada era um dom, para nós é uma luta de toda a vida.
Por isso, sempre de novo, todos nós somos chamados, a nos converter em homens novos, segundo a imagem de Cristo e de Maria. Todos nós somos convidados a acolher o Senhor em nós como Maria. Todos nós podemos dia a dia, nos abrir a sua vontade e cada vez que nós – imitando a Virgem -, dizemos de novo “Faça-se em mim segundo a tua palavra”, o Verbo se faz mais carne em nós. E assim nasce e cresce em nós o homem novo, que tanto admiramos em Maria. 

A Santíssima Virgem é modelo do homem novo, mas também, Mãe e Educadora de homens novos. Seu seio, no qual Cristo se formou é o melhor molde para forjar homens a imagem de Cristo

Os pais da Igreja a chamaram não só criatura do paraíso, se não também a porta do paraíso. Porta ao paraíso porque nos atrai e educa rumo a esse ideal, e nos introduz no paraíso.

Perguntas para a reflexão


  1. Maria é para mim um modelo?
  2. Tenho alguma oração preferida a Maria? 
  3. Que me diz o nome Porta do paraíso?
Reflexões Pe. Nicolas S.

Serie sobre Nossa Mãe Rainha 10 - Maria, compete com Cristo?

Maria compete com Cristo

1. Maria nos conduz a Jesus. Temos que responder primeiro a alguns temores, críticas frente à piedade mariana: Muitos temem que Maria afaste Cristo, lhe faça “concurrência”, se coloque como “obstáculo” entre Deus e nós. Na origem desse temor é comum encontrar experiências negativas, provocadas por práticas desviadas de piedade Mariana, ou enfoques falsos sobre a pessoa de Maria. Mas tais temores não correspondem à realidade querida por Deus e proclamada pela Igreja em sua vida e em sua doutrina. 

2. Fazei o que Ele vos disser. João Paulo II disse: “Maria esteve verdadeiramente unida a Jesus. Não se conservaram no Evangelho muitas palavras suas; mas as ficaram nos levam de novo a seu Filho e a sua palavra. Em Caná de Galiléia dirigiu-se aos serventes com estas palavras: “Fazei o que Ele vos disser”. Esta mesma mensagem segue dizendo-nos hoje”.

“Fazei o que Ele vos disser” são as últimas palavras da Virgem conservadas no Evangelho. São, por isso, como o testamento Dela. E mais que aos serventes da boda, são palavras dirigidas aos homens de todos os tempos. Contêm todo o anseio, a vivencia e a missão de Maria: conduzir-nos a identificação com Cristo. 

3. Maria está no centro. Todos sabem: Maria não é o centro de nossa fé, não é a razão verdadeira de nossa confiança, não é o fim último nosso amor – mas sim Jesus Cristo e com Ele, o Deus trino Mas sentimos que Ela forma parte dos mistérios centrais de nossa fé. Maria sem ser o centro, está no centro. Sentimos que Maria, por sua posição única na historia geral da salvação, também tem uma posição peculiar em nossa historia pessoal de salvação. 




Cruz da Unidade, Bellavista





4. O caminho normal. Maria é para nós o caminho normal rumo a Jesus Cristo. Já os Padres da Igreja disseram: O caminho pelo qual Cristo chegou ao homem deve ser também o caminho pelo qual nós cheguemos a Cristo. E Cristo veio a nós por meio da Virgem. Quando damos a Maria um lugar privilegiado em nossos corações, e nos confiamos a sua educação, então estamos no caminho rumo a seu Filho, então Ela nos conduz rumo a Cristo e ao Deus trino.

5. O caminho mais fácil, mais curto, mais seguro. Maria não só é o caminho normal rumo a Cristo. Ela é, segundo uma palavra do Papa São Pio X, também o caminho mais fácil, mais curto, mais seguro rumo a Cristo.
A devoção Mariana é um dos grandes dons de Deus ao povo: o demonstra o grande entusiasmo com o qual se recebe a imagem da Virgem em todos os lugares. E se amamos tanto a Virgem, estamos amando já a Cristo.

Porque esta é uma das leis misteriosas do amor. O verdadeiro amor implica e inclui o amor a tudo e a todos que ama o ser querido. Por isso, o amor a Maria se prolonga e se converte – cedo ou tarde – em amor a Cristo.

6. O caminho mais fecundo. Maria é também e por último, o caminho mais fecundo rumo a Cristo. O mesmo Papa São Pio X nos diz uma bela palavra: “A Santíssima. Virgem nos brinda um conhecimento vital de Cristo”.

7. É o carisma de Maria, carisma feminino e maternal: acercar vitalmente as pessoas da Trindade, brindar-nos familiaridade com o mundo sobrenatural, fazer da Igreja um lar, do homem um irmão. Este carisma explica a força e o arraigo da devoção mariana no povo. 

8. Exemplo dos grandes Santos. Os grandes Santos de todos os séculos afirmam e provam com sua vida a verdade e a importância deste caminho clássico POR MARIA A JESUS. Foram quase sem exceção homens e mulheres com uma grande devoção Mariana. Muitos deles até se consagraram a Virgem e Ela Virgem, sem falta, os conduziu a seu filho rumo ao cume da santidade. 

9. Maria é a terra do encontro com Cristo. Todo o amor que brindamos à Santíssima. Virgem, Ela o leva rumo ao Senhor. E assim nosso amor encontra, por meio de Maria, o caminho mais fácil, mais curto, mais seguro e mais fecundo rumo a Jesus Cristo e a Deus.




Perguntas para a reflexão

  1. O que Maria é para mim?
  2. Qual é minha oração favorita a Maria?
  3. O que me diz a frase “Por Maria a Jesus”?
Reflexões Pe. Nicolas S.

Serie sobre Nossa Mãe Rainha 9 - Maria, a cheia de amor

Maria, a cheia de amor

Sch-Atibaia


O primeiro título que o Evangelho atribui a Maria é o de “cheia de graça”. Haver encontrado graça diante de Deus, significa haver sido “agraciado” por seus dons: por esses dons que Ele reparte por pura bondade sua. E esses dons são no fundo um só: seu amor. “Cheia de graça” é, então “cheia de amor”. Creio que a todos nos faria bem renovar nosso amor mirando a um modelo atraente. E este modelo poderia ser a Santíssima Virgem.

Maria é a mulher cheia de amor. Sua vida comprova que isso é certo, porque o que mais a caracteriza é que Ela vive em plena comunhão de amor não só com Deus, senão também com os homens. Na Anunciação esta comunhão de amor se estende a humanidade inteira: pois Maria aceita ser Mãe do Messias, o Salvador de todos os homens. Assim aparece a Virgem desde as primeiras cenas do Evangelho, ligada por laços profundos de amor a pessoas concretas: a José, a Jesus, a Isabel e Zacarias, aos noivos de Caná, aos discípulos. 

O Senhor esteve sempre com Maria. Desde o instante em que ela foi concebida, a encheu com sua graça e seu amor. Por isso Maria é também “a Imaculada”, a sem pecado. Porque o pecado é o “não” do homem ao amor, e isso jamais teve lugar em seu coração.
Pecar é dizer não aos dois mandamentos fundamentais do evangelho: ao amor a Deus e ao amor ao próximo. É negar-se a ser filhos e a ser irmãos. É romper a comunhão para cima e para os lados, isolando-se e recolhendo-se no próprio eu, em seu orgulho, em seu egoísmo, ambição ou futilidade.

A salvação de Jesus Cristo – tal como resplandece em Maria – começa pela liberação do pecado, e o retorno à comunhão no amor. O decisivo é o primeiro momento, que transcorre no interior do coração humano: a abertura ao amor, a vitória sobre o egoísmo e o orgulho. Quem se decidiu em seu coração pelo amor, por viver em comunhão com Deus e com os homens, esse já está salvo. Esse já está liberado: liberado da solidão, da angústia, da amargura e de autodestruir-se, causados a quem se fecha em si mesmo.

Mas a salvação e essa comunhão devem crescer, devem projetar-se além do puro coração. Etapa final deste processo será o céu. Ali também nosso corpo estará liberado para sempre dos efeitos do pecado: da dor, da enfermidade e da morte.




Por sua atitude, Maria nos ensina que o amor incita ser solidários e a compartilhar. Ela compartilha sua vida e seus bens com José. 

Compartilha com Jesus sua missão. Com Isabel, sues afazeres domésticos. Com os noivos de Caná, sua preocupação. Seu amor foi convertendo-se em comunhão de vida e de bens, em comunhão de destinos e tarefas, em comunhão na alegria e na aflição.

Por ser Mãe, Maria possui um carisma, um dom especial para unir os corações e abri-los ao amor, para nos fazer irmãos. 

E Maria quer também nos enviar a criar um ambiente de unidade e de amor. Pede-nos criar-lo, cultivar-lo e aperfeiçoar-lo permanentemente em nossos lares, nossos lugares de trabalho, nossos bairros e nossos grupos. E nos convida, ao mesmo tempo, a construir todos juntos uma sociedade mais solidária manifestada em ajuda real aos que sofrem, aos que dependem de nós e aos que se aproximam a nós.

Peçamos a Santíssima Virgem que nos ajude a nos liberar de todo o que no coração de cada um se opõe ao amor. Que nos dê forças para vencer em nós mesmos o pecado e o egoísmo, que nos separam dos demais e destroem a unidade. Que Maria abra nossos corações ao amor, à comunhão com Deus e com os irmãos, tal como Jesus o ensinou e viveu. 


Perguntas para a reflexão

1. Como é minha relação com a Virgem Maria?

2. Sou uma pessoa comunitária?

Reflexões Pe. Nicolas S.

Serie sobre Nossa Mãe Rainha 8 - Maria ao pé da cruz

Maria ao pé da cruz 






É ali quando Maria será verdadeiramente importante. Então descerá sobre ela uma palavra dedicada ao seu mais íntimo coração de mãe, que se verá misteriosamente ampliado.

Se Cristo escolheu a vocação de sofrer e morrer pela salvação do mundo, é claro que quantos, ao longo dos séculos, que estiverem unidos a Ele por amor, terão que aceitar cada um em sua função, essa mesma vocação de morrer e sofrer por essa salvação. E, se um membro de Cristo, foge dessa função, falta algo, não só a esse membro, mas, como explicaria São Paulo, também a própria paixão de Cristo. Porque sua paixão pede ser prolongada na compaixão co-redentora de todos os membros de Cristo. Este é o misterioso sentido da frase de São Paulo aos colossenses: “O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja” (1 24).

Aquele pequeno grupo ao pé da cruz, aquela Igreja nascente, estava, pois, aí por algo mais que por simples razões sentimentais. Estava unida a Jesus, não só a suas dores, mas também a sua missão.

E, nesta Igreja, Maria tem um lugar único. Até então este lugar e esta missão haviam permanecido como na penumbra. Agora na cruz se aclararão para a eternidade.
Esta é a hora, este o momento em que Maria ocupa seu papel com pleno direito na obra redentora de Jesus. E entra na missão de seu filho com o mesmo cargo que teve em sua origem: o de mãe.

É evidente que, na cruz, Jesus fez muito mais que preocupar-se pelo futuro material de sua mãe, deixando nas mãos de João seu cuidado. A importância do momento, o jogo das frases, bastaria para descobrir que estamos diante de uma realidade mais profunda.

Se fosse apenas uma encomenda apenas material seria lógico o “eis aí teu filho”.
Maria ficava sem filho, era-lhe dado um novo. Mas, porque o “eis aí tua mãe”? João não apenas tinha mãe, Também estava ali presente. Para que dar-lhe uma nova?

É claro que se tratava de uma maternidade diferente. E também João não é ali somente o filho de Zebedeu, mas algo maior. Desde a antiguidade, os cristãos têm visto em João toda a humanidade representada e, mais concretamente, a Igreja nascente. É a esta Igreja e a esta humanidade a quem se dá uma mãe espiritual. É esta Virgem, envelhecida pelos anos e pelas dores, que, repentinamente, volta a sentir seu seio cheio de fecundidade.




Esse é o grande legado que Cristo concede desde a cruz para a humanidade. Essa é a grande tarefa que, na hora da grande verdade, é encomendada a Maria. É como uma segunda anunciação. Faz trinta anos - ela o recorda bem - um anjo a convidou para ser a mãe de Deus. Agora, não mais um anjo, mas seu próprio filho lhe anuncia uma tarefa mais difícil: receber como filhos de sua alma aos assassinos de seu primogênito.

E ela aceita. Aceitou já há trinta anos, quando disse aquele “fiat”, que era uma total entrega nas mãos da vontade de Deus. Daí que o olor a sangue do Calvário comece estranhamente a ter um sabor de recém nascido. Daí que seja difícil saber se agora é mais o que morre ou o que nasce. Daí que não saibamos se estamos assistindo a uma agonia ou a um parto. Há tanto olor a mãe e engendramento nesta dramática tarde...!
Perguntas para a reflexão


  1. Sinto Maria como minha mãe?
  2. Como imagino a Maria ao pé da cruz?
  3. O que me diz a frase "eis aí teu filho"?
Reflexões Pe. Nicolas S.

Serie sobre Nossa Mãe Rainha 7 - Espírito Santo e Maria


Espírito Santo e Maria


legiondemaria.org
Gostaria de meditar com vocês alguns momentos da vida de Maria.


A Encarnação. Não há dúvida de que a vida da Santíssima Virgem estava, desde seu início, sob a forte influência do Espírito de Deus. A Virgem é a “Toda santa” porque desde o primeiro momento de sua existência foi “sacrário do Espírito Santo”.
Mas seu grande encontro com o Espírito foi a Anunciação do anjo que culminou com a encarnação. Ali Maria teve seu primeiro Pentecostes: “O Espírito Santo descerá sobre ti e a Força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra” (Luc. 1, 35). A partir desse acontecimento, Ela é chamada sacrário, tabernáculo, santuário do Espírito. Com isso indica-se a morada do Espírito Santo em Maria de um modo singular e superior ao dos demais cristãos. Como em todo ser humano, o Espírito de santidade quer atuar na Virgem e através d’Ela. Mas aqui há algo mais, algo novo e único: o Espírito Santo quer atuar junto com a Virgem. E para que? Quer unir-se e atar-se a Maria para que d’Ela nasça Jesus Cristo, o Filho de Deus. E quer que a Santíssima. Virgem diga seu Sim totalmente voluntário e livre, para entregar-se ao Espírito de Deus, para converter-se na Mãe de Deus.

Seu crescer na ordem do Espírito. Não devemos pensar que a Virgem entendeu tudo desde o primeiro momento. Evidentemente compreendeu muito mais que nós. Porque tinha, como diz Santo Tomás de Aquino, a luz profética que lhe brindou um conhecimento maior das coisas de Deus. 

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Entretanto, como ser humano, Ela crescia em sabedoria e desenvolvia seu entendimento ao longo de sua vida. Por isso diz o Padre Kentenich, fundador do Movimento de Schoenstatt, que Maria ia aprofundando-se na ordem do Espírito. E que significa isso? Maria tinha que ir compreendendo, passo a passo, o que queria Jesus e o que devia Ela fazer a seu lado. Tinha que entrar progressivamente nesse mundo de seu Filho Divino, no qual só o Espírito Santo poderia introduzir-la. 
Em diálogo com o Espírito de Deus, tinha que percorrer seu próprio caminho de fé. Pensemos na perda de Jesus, ao completar doze anos. Que difícil foi para Ela quando seu Filho os abandonou e depois lhes disse:

“¿Não sabíeis que ocupar-me das coisas de meu Pai?” (Luc, 2, 49). Como agrega o texto, Maria não entendeu o que Jesus acabava de dizer-lhes. Mas seguramente percebeu que seu Filho levava em seu interior outro mundo, o mundo do Pai, no qual também Ela tinha que adentrar-se de um modo mais perfeito.
Outro momento difícil surgiu nas bodas de Caná. “Mulher, isso nos compete a nós? Minha hora ainda não chegou” (Jo. 2.4). A maneira de pensar de Maria é ainda muito humana: quer ajudar aos noivos em sua necessidade. Jesus olha mais longe, pensa em sua grande Hora, a hora da Cruz. E, mesmo assim, cumpre o desejo de sua Mãe.
E quando chegou a grande Hora, sobre o monte Calvário, terminam n’Ela os desejos e necessidades naturais. Tudo fica sujeito à vontade do Pai. Já não quer outra coisa que cumprir perfeitamente com seu papel no plano de salvação.
O auge do adentrar-se na ordem do Espírito foi a espera de Pentecostes. Ali Maria se converteu em instrumento perfeito do Espírito Santo. Conduziu aos apóstolos e discípulos à sala do Cenáculo. Transmitiu-lhes seu desejo profundo pelo Espírito Divino. E implorou com eles a força do alto sobre toda a Igreja reunida. Em Pentecostes transbordou sua ânsia pelo Espírito de Deus. Ali ficou completamente compenetrada e transformada por Ele. Em sua vida teve um corpo espiritualizado, é dizer, transformado pelo Espírito, de modo que não podia ser destruído. E assim ficou preparada para seu último e definitivo passo: A assunção em corpo e alma ao céu.

Creio que também em nossa própria vida devemos introduzir-nos paulatinamente na ordem do Espírito. 

Perguntas para a reflexão
1.  Como cultivo minha relação com o Espírito Santo?
2. Sentimos como o Espírito Santo nos capta e introduz no mundo de Deus?

3. É a Virgem minha companheira na oração?


Reflexões Pe. Nicolas S.

Serie sobre Nossa Mãe Rainha 6 Maria, símbolo do Espírito Santo

 Maria, símbolo do Espírito Santo.


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Os Atos dos Apóstolos nos contam que São Paulo encontrou em Atenas um altar onde estava gravada a seguinte inscrição: ao Deus desconhecido. Este título parece valer de modo especial para o Espírito Santo que é para muitos cristãos o Deus desconhecido.

Quem é o Espírito Santo? É a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Ele é o laço vivo de amor que une o Pai com o Filho: é amor tão infinitamente profundo e perfeito, que constitui uma nova Pessoa, igual a eles. O Espírito Santo é o mais íntimo de Deus, a personificação de seu amor, de sua vida, de sua força. É como a alma comum do Pai e do Filho. É como o coração do Deus Trino.

Porque é então tão desconhecido? Em primeiro lugar porque para descobrir sua presença e sua ação se necessita uma aproximação muito íntima e pessoal com Deus. Porque Ele se faz presente e atua de uma forma discreta e oculta difícil de perceber por olhos não acostumados.

Também influi o fato de não podermos representá-lo por uma figura adequada. Pois os símbolos com que aparece na Bíblia a pomba, o vento e o fogo nos ocultam sua riqueza de pessoa. Deus Pai também é invisível, mas a palavra “pai” já se aproxima muito de nossa experiência humana. Já, imaginar um “espírito” torna-se muito mais difícil.

Entretanto, Deus nos presenteou a alguém em quem podemos quase palpar, de modo visível e sensível, a presença e a ação do Espírito Santo: é a Santíssima Virgem Maria. Ela é este símbolo mais significativo, o mais pessoal, mais apropriado e mais belo do Espírito Santo. Por quê?

Porque o Espírito Santo é o amor feito pessoa, a entrega personificada e Maria é o amor, a entrega em pessoa.




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A Santíssima Virgem é, em efeito, a mulher três vezes cheia do Espírito de Deus:

  1. No momento de sua Concepção imaculada, quando Ele a escolheu como templo predileto e a encheu de sua graça, evitando que a menor mancha de pecado a tocara.
2. No momento da Anunciação, quando “a cobriu com sua sombra”, para fazê-la fecunda e converte-la em Mãe de Cristo.

3. E no momento de Pentecostes, quando Ele escuta sua oração e descende sobre Ela e os apóstolos, tornando-a Mãe da Igreja que nesse mesmo instante nasce de sua força vivificadora.

Mas a Virgem nos conduz ao Espírito Santo não só através de seu ser, mas também por sua missão. Porque a missão Dela e a do Espírito vão na mesma linha. 

+ Maria é nossa Mãe-Educadora. E o Espírito Santo é o grande educador e santificador de cada cristão. Com suas graças e dons divinos nos vai amadurecendo e transformando em homens novos, reflexos de Cristo, ao longo de toda nossa vida. 

+ Maria, como autêntica Mãe, anima e alenta aos seus em cada momento. E o Espírito Santo é o grande vivificador que renova e inspira permanentemente aos homens e as comunidades. 

+ Como boa Mãe, a Virgem tem também a missão de unir e congregar sua Família a seu redor. E o Espírito Divino é o grande unificador, o vínculo de unidade da Igreja e das comunidades cristãs. 

Maria, obra do Espírito Santo. Ela, durante toda sua vida terrena, está totalmente sob a influência e a condução do Espírito Divino. Por isso podemos admirar em Maria todas as virtudes e valores cristãos que nosso grande Educador quer nos transmitir e inculcar. Ela é o ensinamento intuitivo que Deus nos regala, para nos entregar com confiança nas mãos criadoras do Espírito Santo.

Perguntas para a reflexão

1. O que representa a Virgem Maria para mim?
2. Sou uma pessoa que une os demais?
3. Educo em minha família, no trabalho…?

Reflexões Pe. Nicolas S.