7 de jul. de 2018

SÉRIE SOLIDARIEDADE COM O FUNDADOR IV de VI

Um texto e um assunto muito atual!
Aqui o leitor terá o privilégio de ler, analisar e meditar um excelente artigo sobre a pessoa do Fundador de Schoenstatt. Os autores, reconhecidos como schoenstattianos, alguns já falecidos, tentam responder à desafiadora questão de como compreender, amar, empatizar e seguir o Pai e o Fundador após sua morte. Ainda deixando-lhe inúmeras questões abertas sobre o desenvolvimento de Schoenstatt nos tempos vindouros. Devido à extensão do texto, a redação do NAZARÉ VIVO dividiu-o em pequenos capítulos em uma pequena série chamada “Solidariedade com o Fundador", facilitando sua leitura. Obrigado

Este artigo foi publicado no Regnum, 1 de fevereiro de 1999, p.5-15. Regnum é uma revista do Movimento Apostólico de Schoenstatt na Alemanha. Este artigo pertence a uma série que é publicada sob a responsabilidade do comitê de redação constituído pelas seguintes pessoas: P. Günther M. Boll, P. Ángel Strada, P. Lothar Penners, P. Rainer Birkenmaier, Bárbara Albrecht e Herta Schlosser.

A série de artigos quer, segundo o mesmo comitê, esclarecê-la, para chamar a atenção para alguns eventos ou tendências em que se descobre um desafio para Schoenstatt.

O motivo deste artigo é a comemoração do 50º aniversário de 31 de maio de 1949, terceiro marco na história de Schoenstatt.

Leitura essencial para um líder de Schoenstatt.

A tradução espanhola é trabalho do padre Horacio Sosa C. (falecido)
A tradução portuguesa é responsabilidade do padre Marcelo Aravena

                                                             
Interpretar profeticamente de novo o herdado
Cada um dos pontos da teoria e prática do Fundador deve ser redescoberto e desenvolvido à luz do dia 31 de maio. Cada um dos conteúdos tomados em si é como uma pequena pedra de mosaico que certamente pode se encaixar no sistema tradicional de pensar e viver. Mas o Fundador tão decididamente defendeu as concretizações censuradas pelo “Visitador” porque o fato de questioná-las parecia indicar que pouco se entendia o que realmente importava neste momento de transição. A luta pelo detalhe tornou-se importante porque foi apropriadamente a interpretação profética da doença do tempo e do desenvolvimento da Igreja. Isto também significa, é claro, que em uma situação histórica diferente não serão abordadas as concretizações que surgiram em outro tempo, mas a redescobrir a profecia encarnada escondida lá.

O próprio Padre Kentenich tinha esse princípio: o espírito procura necessariamente uma forma pela qual se expresse, mas existe o perigo de que a forma devore o espírito e caia em estagnação. Em primeiro lugar, não se trata de suprimir ou modificar arbitrariamente as formas que surgiram. Mas é urgente ver as concreções à luz da profecia, perceber seu significado para o futuro e, a partir dessa perspectiva, aplicá-las e continuar a desenvolvê-las. Alguns exemplos podem ajudar a ilustrar esse processo.

a) Torne-se "eu" de maneira espiritual
O sistema de auto-educação do pedagogo Kentenich, por exemplo, não quer ser interpretado apenas como uma nova edição considerável e o desenvolvimento de um ascetismo provado. Com base nesse mal-entendido, Schoenstatt foi mal interpretado e denunciado como uma espécie de "clube de auto-santificação”. A novidade de seu sistema pedagógico e dos meios aplicados nele são entendidos corretamente quando são interpretados contra o pano de fundo de sua análise do tempo: todos os suportes tradicionais do cristianismo cairão. Não há mais "parede chinesa". Mesmo as paredes do convento mais espessas são penetradas pelo espírito do tempo. O cristão do futuro deve ser "capaz de viver na diáspora", o que requer uma enorme reorientação em todos os sentidos.

Nesta perspectiva alguns elementos aparentemente tradicionais  adquiriram uma nova importância, tais como a doutrina do "Ideal" pessoal (hoje diria-se “vocação pessoal") e o método de auto-educação e direção espiritual que são baseados nele. No futuro, todo cristão terá que ser capaz de levar uma vida espiritual independente da situação que o rodeia e viver, por assim dizer, em um convento invisível com o cultivo permanente do espírito. A fé tem que estar enraizada no interior do homem. A pedagogia de Schoenstatt tem como objetivo fortalecer o cristão em seu caminho para a auto-descoberta humano-espiritual com métodos originais e uni-lo a Deus a partir das camadas mais profundas de sua psique, de forma a ser capaz de seguir em frente e ser um fator para a transformação do mundo.

Aqui estão os pontos de partida para a resposta à certas questões que a psicologia moderna coloca à Igreja. Muitas pessoas buscam, por exemplo, uma maneira melhor de assumir a auto-condução de sua vida, para a qual existem elementos de auto-educação em Schoenstatt para uma resposta cristã e seu desenvolvimento.

 É claro, a condição para que isso seja possível é preciso colocar o que Schoenstatt já tem desenvolvido no contexto da busca do homem atual -enriquecendo-se mutuamente - e assim não ficar preso na mentalidade das “velhas praias”.


(Este texto continua no próximo post V)

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