5 de dez. de 2018

Confissão, Sacramento do Amor e Alegria

Neste tempo de Advento, devemos renovar nossa conversão: mudar nossa vida, retornar a Deus. E a melhor expressão dessa atitude é a confissão sacramental. Quero convidar vocês a refletir, por um momento, sobre o sacramento da confissão, a reconciliação.


Todos conhecemos a palavra de Jesus: “Eu lhes digo que haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrependa do que por noventa e nove pessoas respeitáveis ​​que não precisam se arrepender” (Lc 15, 7). Portanto, a confissão é o sacramento que produz a maior alegria no céu, porque se alegra mais por um pecador que confessa do que por apenas 99 que pensam que são dispensados ​​dele. Mas, infelizmente, o mesmo não acontece na terra: poucos gostam de se confessar; poucos se alegram com isso.

No tempo de Cristo, as coisas eram totalmente diferentes. Lembremo-nos de que o perdão acabaria no Evangelho, muitas vezes, em um banquete: Zaqueu, surpreendido em uma árvore, prepara, cheio de alegria, uma festa. Mateus, o publicano, fecha seu escritório de impostos, convida seus colegas e celebra com um banquete. O pai do filho pródigo mata o bezerro cevado para celebrar o retorno de seu filho.

Graças a Jesus, todas as falhas se tornariam abençoadas por causa do amor com o qual Ele sabia perdoá-las. Era necessário ser Deus para perdoar desse modo, para que a falta cometida causasse amor e felicidade.

Só Deus sabe como tornar seu perdão uma lembrança luminosa. Ele é tão feliz em perdoar que os pecadores não se sentem mais perturbados, mas felizes, compreendidos, úteis.

Jesus veio a este mundo apenas para curar e salvar os pecadores. Ele dedicou todo o seu tempo a eles, sua energia e seu amor. Ele mesmo nos diz: “As pessoas que estão bem não precisam de um médico, mas apenas daqueles que estão doentes. Não vim chamar os justos, mas os pecadores.”(Mc 2, 17)

A mesma coisa acontece com uma criança: enquanto ele não esteve doente, ele ignora o quanto sua mãe o ama. Mas quando a criança está doente na cama, sua mãe tem a alegria de finalmente poder gastar seu amor em reserva.

Deus também é assim. Quando estamos doentes, quando sabemos e reconhecemos que somos pecadores, então Deus pode nos mostrar seu amor, sua alegria de cuidar de nós e nos curar.

Quando estamos com boa saúde, corremos tão rapidamente que Deus não pode nos alcançar. Mas quando entramos no confessionário um dia, Deus faz uso - finalmente - da ocasião adequada para nos explicar o quanto Ele nos ama.



Padre Kentenich, fundador do Movimento Apostólico de Schoenstatt, disse muitas vezes em seus últimos anos de vida: todos temos dois títulos diante de Deus. Uma é a da MISERICORDIA de Deus com a qual podemos sempre contar.

O outro é o da POBREZA pessoal. Porque Deus não pode resistir à fraqueza de seus filhos, se eles conhecem e reconhecem isso. Ele não pode negar a si mesmo quando vê o homem afligido por sua pobreza.

Isto então é confissão: a descoberta de que Deus nos ama e que seu amor pode transformar toda a nossa existência. Assim, Ele nos revela um amor, uma vida, uma alegria muito superior aos nossos pecados e que nos permitem fazer sem eles.

É o que Deus nos diz quando nos confessamos: que Ele nos ama, que Ele nos perdoa, que Ele está feliz em nos absolver. Ele nos diz incansavelmente que continuamos sendo seus filhos muito amados e que, apesar de tudo, Ele continua colocando em nós sua satisfação e sua esperança.


O pecado original foi feito com orgulho: era rejeitar a Deus, querer fazer sem ele. A redenção é cumprida com humildade: sempre teremos que confessar, sempre teremos que aprender novamente a amar o Pai em seu perdão.

Mas então, pouco a pouco, parte desse amor começa a penetrar em nosso coração quando somos perdoados - um pouco desse afeto, um pouco dessa alegria. E assim começaremos a saber o quanto Deus nos ama e começaremos a experimentar um novo amor com o qual poderemos corresponder ao seu amor. Na medida em que somos perdoados e amados, nós mesmos aprenderemos a amar.

Queridos irmãos e irmãs, que isso seja - neste tempo do Advento - o sinal de nossa conversão definitiva, de nossa preparação interior para o Natal, para a vinda de Deus em nosso meio.

Pe. Nicolas S.

Perguntas para a reflexão

1. Quais são as desculpas que eu tenho para não confessar?
2. Quando foi minha última confissão?
3. Estou ciente de que Deus é um Pai Misericordioso?
4. Tenho um bom exame de consciência para preparar uma boa confissão?


Pe. Marcelo A.

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