Primeiro Domingo de
Advento - 28 de Novembro de 2021
Estamos fechando o
ano 2021!
Celebrando o
primeiro Domingo de Advento!
Os “sinais” catastróficos apresentados
no Evangelho de hoje não são um quadro do “fim do mundo”.
Não. Elas são imagens utilizadas pelos profetas para falar do “dia do Senhor”, isto é, o dia em que Deus Pai vai intervir na história para libertar definitivamente o seu Povo da escravidão, inaugurando
uma era de vida, de fecundidade e de paz sem fim (cf. Is 13,10; 34,4).
O quadro
destina-se, portanto, não a amedrontar, mas a abrir os corações à esperança: quando Jesus vier com a sua autoridade soberana, o mundo velho do
egoísmo e da escravidão cairá e surgirá o dia novo da salvação que significa libertação sem fim.
Há, ainda, um
convite à vigilância (cf. Lc 21,34-36): é necessário
manter uma atenção constante, a fim de que as preocupações terrenas e as
cadeias escravizantes não impeçam os discípulos de reconhecer e de acolher o Senhor que
vem.
Mas vamos agora a
refletir mais um pouco sobre isso, sobre esse mistério que nos oferece a
Esperança em Deus.
A realidade da história humana está marcada pelas nossas limitações, pelo nosso egoísmo, pelo
destruição do planeta, pela escravidão, pela guerra e pelo ódio, pela prepotência dos senhores do mundo…
Quantos milhões de
homens conhecem, dia a dia, um quadro de miséria e de sofrimento
que os torna escravos, roubando-lhes a vida e a dignidade…
A Palavra de Deus
que hoje nos é servida abre
a porta à esperança e grita a todos os que vivem na escravidão: “alegrai-vos, pois a vossa libertação está próxima.
Com a vinda próxima de Jesus, o projecto de salvação/libertação de Deus vai tornar-se
uma realidade viva; o mundo velho vai converter-se numa nova realidade, de vida
e de felicidade para todos”.
• No entanto, a salvação/libertação que há-de
transformar as nossas existências não é uma realidade que deva ser esperada de braços cruzados.
• É preciso “estar atento” a essa
salvação que nos é oferecida como dom, e aceitá-la. Jesus vem; mas é necessário reconhecê-lo
nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que
buscam a libertação.
• É preciso, também, ter a vontade e a liberdade de acolher o dom de Jesus,
deixar que Ele nos transforme o coração e Se faça vida nos nossos gestos e palavras.
• É preciso, ainda, ter presente, que este mundo novo – que está permanentemente a fazer-se e depende do nosso testemunho – nunca será um realidade plena nesta terra, mas sim uma realidade escatológica, cuja plenitude só acontecerá depois de Cristo, o Senhor, haver
destruído definitivamente o mal que nos torna escravos.
O Advento é um tempo de
fé e esperança. Não significa simplesmente preparar as coisas práticas do Natal ou
simplesmente viver o que a .liturgia dita, mas preparar meu coração e a nossa
familia, de forma pessoal e única
É por isso que eu
gostaria de convidá-los a caminhar com Maria em seu coração durante este tempo
de Advento.
Maria é a mulher
cheia de amor e cheia de esperança. Sua vida comprova que isso é certo, porque
o que mais a caracteriza é que Ela vive em plena comunhão de amor não só com
Deus, senão também com os homens. Na Anunciação, ou seja no inicio do Advento
na história da humanidade cristã, esta comunhão de amor se estende a humanidade
inteira: pois Maria aceita ser Mãe do Messias, o Salvador de todos os homens.
Assim aparece a Virgem desde as primeiras cenas do Evangelho, ligada por laços
profundos de amor a pessoas concretas: a José, a Jesus, a Isabel e Zacarias,
aos noivos de Caná, aos discípulos.
Caminhemos com Maria
em nossos corações neste Advento, para que Cristo, o verdadeiro Messias, nasça
em nós e esteja presente em todas as realidades humanas, especialmente em
nossas famílias. Que este seja nosso
principal objetivo ao nos prepararmos para uma bela e abençoada celebração
natalina.
Pe. Marcelo